Sim, esse é um post sobre a "temporada" especial da série "Gilmore Girls". Se você não conhece a série mas está com ela na "minha lista" da Netflix, pode correr, ou não, pois teremos spoilers.
Pra começo de conversa preciso falar sobre a série em si, e sua relação com esta pequena pessoa que vos escreve (viu como sei falar bonito?!). Eu devia ter por volta dos 15/16 anos, e via as séries do momento: Dawson's Creek, Friends, Party of Five, Buffy - a caça-vampiros, e tantas outras. Até que vieram as meninas Gilmore, e o que despertou meu interesse foi encontrar uma série em que de fato parte da minha vida real virava ficção. Não, a minha família esta loooonge de ser como a da Lorelai, e minha avó era elegante, mas não era rica como a Emily. O que havia em comum? Uma mãe que teve uma filha aos 16 anos. Ah! Não tive filha aos 16, quem teve foi a minha mãe, rs. Era isso, apenas isso. Comecei então a assistir, e não acho que seja uma dessas séries em que você faz maratona loucamente. Isso eu só fiz com algumas. Mas deixemos para outro post. "Gilmore Girls" é um drama para ser deliciado e apreciado aos poucos, portanto, maratonar a série, para mim, não funciona. Vamos então, finalmente, ao foco do post antes que desvirtue mais. O que eu esperava desse "ano para recordar"? Bom, eu esperava encontrar a genialidade da Rory, a filha, empregada em uma carreira profissional bem-sucedida, e não só isso, mas também que causasse a ela uma satisfação pessoal. Não sei se você é fã, se você já viu a "temporada" especial, ou se é apenas curioso. Mas, querendo ou não, a Rory que aparece nesse ano talvez seja uns 40% do que eu imaginava. Não que isso tire seu charme, pelo contrário, a Rory que conhecemos está presente em cada uma de suas cenas. A essência de sucesso da relação mãe/filha está de volta, como se fosse a primeira temporada. Confesso que não assisti a todos os episódios das temporadas pré-Netflix. Mas, até onde eu sabia, Rory tinha tudo pra ser uma mulher de sucesso que faz o que quer. Então, o que me incomodou? Primeiramente, ter que assistir a Rory servindo de "stand by" foi a minha primeira decepção. É realista, e acontece muito mais do que se pensa. Mas estamos falando da Rory. Tudo bem, durante todos os anos pré-Netflix, a Rory nunca foi exatamente uma pessoa "sortuda" amorosamente, ou mesmo decidida. Só que "stand by" foi um golpe meio duro pra mim. Em segundo lugar, me irritou o fato de que mesmo em países evoluídos como é o caso dos Estados Unidos ( ou não, né? se quisermos observar a recente escolha presidencial), profissões como a minha, ou seja, a de professor, ainda são consideradas a última opção. Em alguns casos, e com Rory não foi diferente, é como se chegar ao fundo do poço. Rory rejeita a ideia de dar aulas na escola em que estudou como se quisesse se defender de uma doença infectocontagiosa muito grave e sem cura. Diferente do fardo de ser professor, se tornar escritora é extremamente crível para ela. Com tal atitude, considero que ser escritor nos Estados Unidos é algo muito louvável, e até mesmo garantia de êxito. Desculpe, mas acho que no Brasil, é mais fácil um professor conseguir alcançar excelência do que se tornar um escritor de renome. A Literatura em nosso país é bem complicada. Deixemos o assunto literário para outro post. Por fim, mas não menos importante, nossa querida Rory revela estar grávida ( eu disse que tinha spoiler) e bem assim, após a revelação, "bum" fim do episódio, fim da temporada.... São mil explosões na cabeça do telespectador. O que ficou na minha cabeça foi o seguinte: É um ciclo?
Não consegui elucidar mais sobre o assunto. E para mais um choque de loucura, admito que não compreendi o porquê da Lorelai, a mãe da Rory, finalmente se render ao casamento tradicional. Para mim, o fato dela ter se "rendido" desconstruiu toda a construção em cima do quanto a Lorelai sempre foi uma pessoa controversa as tradições e independente. Talvez você pense que estou implicando de bobeira. Mas se você via a série, tem que concordar que Lorelai era tudo, menos tradicional. Por isso, o casamento causou "estranheza", e talvez por isso mesmo ela se case em segredo horas antes do casamento de fato. Ainda assim, com certeza a temporada especial da Netflix foi "um ano para recordar".
P.S. Assisti as temporadas 1, 2, 3 e 4 da era pré-Netflix, e parte das temporadas 5 e 6. Não assisti a temporada 7.
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