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  • Foto do escritorTábata Baker

To be or not to be

Como escolher ser quem você é quando já decidiram por você?


Se você não reconheceu o ator na foto eu te explico quem ele é e o que ele tem a ver com esse Post.


Kerr Smith (o ator da foto) fez parte do elenco de Dawson's Creek, série que estreou em 1998. Faz tempo, muito tempo, rs.

Vou contextualizar rapidamente a série.


Dawson's Creek era basicamente sobre um pequeno grupo de amigos que viviam em uma pequena cidade à beira de um lago. A série começa com os encontros e desencontros de 4 amigos: Dawson (que dá nome a série), Joey, Jen e Pacey. Na segunda temporada a série ganha novos personagens, e é aqui que entra o Kerr. Ele interpreta Jack McPhee.


Estou revendo a série e em meados da 2ª temporada eu me deparei com a pergunta lá do início. Como escolher ser quem você é quando já decidiram por você?


A trajetória de Jack é muito simples, até que tudo se complica. Jack se envolve com Joey, porém, um certo dia, durante uma aula, um professor pede que os alunos escrevam um poema. Acaba que Jack se expõe nesse poema, que ele acreditou que apenas o professor leria. Mas não, o professor decide que justamente o Jack leia o seu poema para toda a classe.


E o poema é sobre um alguém não muito específico, mas a partir dali todos decidem que o poema é sobre esse alguém que Jack deseja intimamente. A escola inteira decide então que o misterioso Jack, mesmo namorando a Joey, é gay.


O que me reconectou com essa história foi o fato de já ter passado por isso. A questão não é o clássico Shakespeariano "to be or not to be". A questão é que tudo ao redor do Jack decidiu o que ele era antes mesmo que ele pudesse se perguntar.


O que aconteceu com Jack aconteceu comigo. Obviamente que foi na escola, esse ambiente extremamente tóxico no final dos anos 90.


É importante destacar a importância de Dawson's Creek para esse mundo popular das séries americanas e a representatividade. O personagem de Jack foi muito importante em diversos aspectos.


Nós vemos cenas de Jack enfrentando o pai, logo assim que ele finalmente consegue se entender, bem longe daquilo tudo que as pessoas achavam ter entendido por ele. Há também uma bela cena da avó de Jen, muito religiosa, que o defende e age como uma pessoa que realmente sabe o que é fé, e que fé e religião não é sobre julgar o outro.


Eu ficaria muitas linhas escrevendo sobre tudo isso. Mas o que quero dizer é que no fundo eu estou feliz em saber que as séries adolescentes americanas de hoje mostram os personagens LGBTQ com o devido respeito e representatividade. Acho sim, que essa retratação é importante pra que o jovem passe a ser melhor compreendido na vida real, e menos julgado, claro.


A parte ruim foi constatar que foi muito difícil se descobrir nos anos 90 e 2000. Eu não quero nem andar o tempo para mais distante que isso, quando sequer havia representatividade.


Meu último recado é que: Cada um sabe a hora certa de "sair do armário", e não cabe a nós decidir por ninguém. Agora, se você ainda pensa nas consequências, lembre-se dessa linha evolutiva e veja que estamos avançando bastante. Os tempos mudaram, Graças aos Deuses.


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